Pelo espírito Emmanuel
Acende a fIama da reverência, onde observes lisura na idéia religiosa.
Lembremo-nos, com o devido apreço aos irmãos que esposam princípios
diferentes dos nossos, de que existem tantos modos de expressar confiança no
Criador quantos são os estágios evolutivos das criaturas.
Há os que pretendem louvar a Infinita Bondade, manejando borés; há
os que se supõem plenamente desobrigados de todos os compromissos com a
própria crença, tão-somente por se entregarem a bailados exóticos; há os que
se cobrem de amuletos, admitindo que o Eterno Poder vibre absolutamente
concentrado nas figurações geométricas; há os que fazem votos de solidão,
crendo agradar aos Céus, fugindo de trabalhar; há os que levantam santuários
de ouro e pedrarias, julgando homenagear o Divino Amor; e há, ainda, os que
se presumem detentores de prerrogativas e honras especiais, pondo e dispondo
nos assuntos da alma, como se Deus não passasse de arruinado ancião, ao sabor
do capricho de filhos egoístas e intransigentes...
Ainda assim, toda vez que se mostrem sinceros, não lhes negues consideração
e respeito.
Quase sempre, são corações infantis, usando símbolos como exercícios
da escola ou sofrendo sugestões de terror para se acomodarem à disciplina.
Contudo, não lhes abraces as ilusões, a pretexto de honorificar a fraternidade,
porque a verdadeira fraternidade se movimenta a favor dos companheiros
de evolução, clareando-lhes o raciocínio sem violentar-lhes o sentimento.
É preciso não engrossar hoje as amarras do preconceito, para que o preconceito
não se faça crueldade amanhã, perseguindo em nome da caridade ou
supliciando em nome da fé. Se a Doutrina Espírita já te alcançou o entendimento, apoiando-te a libertação
interior e ensinando-te a religião natural da responsabilidade com Deus em
ti mesmo, recorda a promessa do Cristo — “Conhecereis a verdade e a verdade,
afinal, vos fará livres.”
XAVIER, Francisco Cândido.
Justiça divina.
Pelo Espírito Emmanuel.
12. ed. Rio de
Janeiro: FEB, 2007. Item: Nos círculos da fé, p. 71-72.